sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Se você me perguntar
O que é que eu tô fazendo
Eu digo que não sei
Se você me perguntar
O que eu quero do futuro
Eu digo que não sei
Só sei que eu espero que a vida
Me mande algo bom
Só sei que eu não quero cantar
Minha trilha fora do tom
Tão comum
Se arriscar sem saber 100% se é bom
Tão comum
Sonhar mais alto do que se pode crer
Tão comum
Errar ao conjugar o verbo "querer"
Tão comum
Errar, errar, errar de novo
Se a consciência me chamar
Disser que eu não posso
Eu digo que não sei
Assumo os meus desejos
Tento saciar a sede
Daquilo que nem sei
Só sei que eu espero que a vida
Me mande algo bom
Só sei que eu não quero cantar
Minha trilha fora do tom
Tão comum
Se arriscar sem saber 100% se é bom
Tão comum
Sonhar mais alto do que se pode crer
Tão comum
Errar ao conjugar o verbo "querer"
Tão comum
Errar, errar, errar de novo
Tantas perguntas a responder
O que é certo, o que é bom
E o que é real
Antes de dar resposta
É preciso aprender a perguntar
Tão comum
Se arriscar sem saber 100% se é bom
Tão comum
Sonhar mais alto do que se pode crer
Tão comum
Errar ao conjugar o verbo "querer"
Tão comum
Errar, errar e errar de novo

( Sandy Leah - Tão Comum)

terça-feira, 19 de outubro de 2010


Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso A única magia que existe é a nossa incompreensão.
                                                                                                                                                                                    (Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

' Eu tenho amigo por todas as partes, na praia, no cinema, no teatro, na favela, amigo jornalista, garçom, vagabundo. Meu negócio não é somar, é multiplicar, sozinho eu não dou conta. Eu ando em bando, camuflado, discarado, fazendo festa, me sinto em casa no meio da rua, na madrugada, na multidão. Eu sou da tribo do abraço! '                           
                                                      Cazuza
Um dia a maioria de nós, ...irá se separar... Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos... Saudades até dos momentos de lágrimas, de angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... Do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso... Em breve cada um vai pro seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe, nos e-mails trocados... Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens... Aí os dias vão passar, meses... anos... Até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo... Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão... 'Quem são aquelas pessoas?' Diremos que eram nossos amigos... E isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010



"Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono.Música alta e silêncio.Serei o que você quiser,mas só quando eu quiser..."
                              Clarice Lispector

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Simplesmente Tai Cruz

Acredito que quando é meu vem com força...Quando é mais ou menos não é para ser!

"Não sei αmαr pelα metαde. Não sei viver de mentirα. Não sei voαr de pés no chão".


                                                (Clarice Lispector)

sábado, 9 de outubro de 2010

Usa-se


"Coitada, foi usada por aquele cafajeste". Ouvi essa frase na beira da praia, num papo que rolava no guarda-sol ao lado. Pelo visto a coitada em questão financiou algum malandro, ou serviu de degrau para um alpinista social, sei lá, só sei que ela havia sido usada no pior sentido, deu pra perceber pelo tom do comentário. Mas não fiquei com pena da coitada, seja ela quem for.
Não costumo ir atrás desta história de "foi usada". No que se refere a adultos, todo mundo sabe mais ou menos onde está se metendo, ninguém é totalmente inocente. Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem ter assinado procuração. E se estamos assim tão desfrutáveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco.

Se for este o caso, seguem sugestões para usar a si mesmo: comer, beber, dormir e transar, nossas quatro necessidades básicas, sempre com segurança, mas também sem esquecer que estamos aqui para nos divertir. Usar-se nada mais é do que reconhecer a si próprio como uma fonte de prazer.

Dançar sem medo de pagar mico, dizer o que pensa mesmo que isso contrarie as verdades estabelecidas, rir sem inibição – dane-se se aparecer a gengiva. Mas cuide da sua gengiva, cuide dos dentes, não se negligencie. Use seu médico, seu dentista, sua saúde.

Use-se para progredir na vida. Alguma coisa você já deve ter aprendido até aqui. Encoste-se na sua própria experiência e intuição, honre sua história de vida, seu currículo, e se ele não for tão atraente, incremente-o. Use sua voz: marque entrevistas.
Use sua simpatia: convença os outros. Use seus neurônios: pra todo o resto.

E este coração acomodado aí no peito? Use-o, ora bolas. Não fique protegendo-se de frustrações só porque seu grande amor da adolescência não deu certo. Ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou "apenas" 13 anos. Não enviúve de si mesmo, ninguém morreu.

Use-se para conseguir uma passagem para a Patagônia, use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas – a memória e a emoção vêm muito do olho. Use os ouvidos para escutar boa música, estímulos e o silêncio mais completo. Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser. Seus dedos para pedir carona, escrever poemas, apontar distâncias. Sua boca pra sorrir, sua barriga para gerar filhos, seus seios para amamentar, seus braços para trabalhar, sua alma para preencher-se, seu cérebro para não morrer em vida.

Use-se. Se você não fizer, algum engraçadinho o fará. E você virará assunto de beira de praia.